Conheça mais sobre Índice Glicêmico
Por Regina Pereira
Quanto menor o nível de glicose no alimento, melhor para a saúde. Entenda o que significa essa medida e por que ela é a nova arma de combate à obesidade.Fique de olho no índice glicêmico. O IG, faz você engordar. Tanto quanto as calorias.
Mais essa medida está relacionada com doenças cardiovasculares e diabete. Em países como a Inglaterra, a França, os Estados Unidos, o Canadá e a Austrália, muitos alimentos industrializados já vêm com um selo indicando a quantidade de IG — se é baixa ou alta. Seu grande mérito é garantir a saciedade e assim controlar o apetite.Mas, afinal, o que é esse tal índice? À resposta vem da professora Elizabete Wenzel; da Universidade de São Paulo (USP): “É uma medida do nível de glicose que os alimentos, especialmente os carboidratos, liberam no sangue”. Para entender melhor essa história, é bom saber que boa parte do que você come se transforma em glicose e o papel dessa substância no funcionamento do corpo é fundamental.
A glicose, que está nos doces e nas massas, é o combustível de todas as células, a fonte da energia que faz o organismo funcionar a pleno vapor.A chave para a entrada da glicose nas células é a insulina, hormônio que mantém em equilíbrio a glicemia — o nível de açúcar no sangue. E esse é o xis da questão; Os alimentos podem conter baixo ou alto índice glicêmico. No primeiro caso, os níveis de açúcar em
circulação se mantêm estáveis. Já no segundo – é fácil deduzir – há picos da substância na corrente sangüínea.O índice glicêmico revela a velocidade com que esse nutriente será absorvido.
O comportamento de um alimento durante a digestão é o que define o resultado de IG. “A presença de fibras, o cozimento e até mesmo o solo onde o vegetal foi cultivado também ajudam a fixar esse valor”, conta a nutricionista Elizabete Wenzel, que, junto com sua equipe na USP, tem se dedicado a medir o IG de frutas, leguminosas e cereais, entre outras opções assíduas no cardápio dos brasileiros.
Em um de seus trabalhos, a professora verificou que, quanto menos o feijão é cozido, menor é seu índice glicêmico. “A cocção exagerada destrói a integridade da parede celular do vegetal”, afirma.
Quanto mais quebrada a célula, mais fácil é a absorção, e conseqüentemente, a glicemia sobe com maior velocidade. Quando ocorre uma verdadeira guinada de glicose em circulação, cresce a necessidade de insulina, já que é ela que bota todo esse açúcar para dentro das células. “É um hormônio que tem estreita relação com o ganho de peso”, diz a nutricionista Mariana Del Bosco, da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade (Abeso). “Se há muitos picos de insulina, aumentam os depósitos de gordura abdominal”, afirma a endocrinologista Zuleika Halpern, que tem aplicado o conceito da dieta de baixo IG em seu consultório na capital paulista. Muito mais do que acabar com a boa forma, esse acúmulo na região da cintura pode ser ainda o estopim para uma verdadeira bagunça metabólica. “Elevam-se os níveis de
triglicérides e de outras gorduras em circulação”, aponta Zuleika.
Por outras gorduras entenda-se colesterol.Não faltam trabalhos indicando que um cardápio lotado de comida de alto IG pode contribuir para o aumento da sua versão ruim, LDL. Por outro lado, se o menu esta mais para baixo IG, o peito agradece. A nutricionista Samantha Rhein, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), conta que já há evidencias de que o baixo índice glicêmico contribui para o aumento de HDL, o bom colesterol.
Assim, sobram razões para concluir que controlar o IG é importante para proteger o coração. Já que o sobe-e-desce da glicemia obriga o pâncreas, encarregado de despejar a insulina, a viver numa montanha-russa, qualquer falha nesse processo pode dar origem o diabete. Nesse caso o do tipo 2. Poupar o pâncreas de trabalho exaustivo é, sem dúvida, um passo para a prevenção dessa doença.Para concluir veja aqui essa relação:
EXEMPLO DE CAUSADO ÍNDICE GLICÊMICO ALTO
Os alimentos desse grupo, como o pão de forma comum e o arroz branco, fazem o açúcar entrar depressa no corpo. Só que ele também sai rapidinho. O pâncreas, então, é obrigado a produzir muita insulina de uma só vez. Em excesso, o hormônio diminui o nível de glicose. Daí a fome aparece antes da hora.
EXEMPLO DE CAUSA DO ÍNDICE GLICÊMICO BAIXO
O pão de centeio e o feijão estão nesse grupo. Ricos em fibras retardam a absorção de açúcar e provocam uma resposta glicêmica gradual. Dessa forma, garantem mais saciedade e ajudam a manter a silhueta.